do Blog do Diógenes
A onda de protestos do último
mês jogou as eleições de 2014 num mar de incertezas. Alguém tem alguma dúvida?
Eu não. Mas ninguém sabe o que vai emergir das manifestações populares.
No cenário nacional, a
presidente Dilma Rousseff parece ser a primeira vítima do momento turbulento
nas ruas do país. Sua popularidade despencou, conforme registrou o Datafolha
neste final de semana.
Além de ver sua aprovação cair
vertiginosamente em menos de um mês (de 57% para 30%), Dilma corre o risco de
enfrentar um segundo turno da eleição presidencial.
Com Marina Silva (Rede), Aécio
Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), Dilma teria hoje 30% das intenções de
voto. Era de 57% na última pesquisa do Datafolha.
Pelos números do instituto
paulista, quem aparentemente se beneficiou dos protestos de rua foi Marina
Silva, que passou de 16% para 23%. Aécio oscilou de 14% para 17%. E Campos
variou de 6% para 7%. Fotografia atual: segundo turno entre Dilma e Marina.
No plano local, os institutos
de pesquisa já começaram a monitorar o mau humor das ruas, mas ainda não temos
notícias do desempenho dos prováveis candidatos nas eleições do próximo ano.
A TN divulgou hoje (30)
levantamento da Certus sobre o sentimento da população na região metropolitana
de Natal em meio aos protestos. Segundo o instituto potiguar, 87,9% dos
entrevistados sentem-se representados por quem saiu às ruas e quer prioridade
no controle dos gastos públicos. 62,44% afirmaram que estão otimistas com o
futuro do Brasil.
O dado que mais me chamou
atenção foi o eleitoral: 63,72% disseram que os protestos vão influir na
escolha do voto em 2014.
Nós estamos no calor dos
acontecimentos, portanto, não dá para ter certeza que este percentual se
mantenha até o pleito, mas a luz amarela acendeu para os políticos.
Os manifestantes não se sentem
representados pelos políticos tradicionais. Eles clamam por mudanças no sistema
político e no modo de praticar a política do dia a dia.
Há mais de 40 anos, a política
do Rio Grande do Norte é marcada pela alternância no poder de membros de poucos
clãs - maias, alves, rosados, mariz, bezerra e farias. Nenhuma mudança
significativa ocorreu ao longo desse tempo. Algo pode mudar agora? É possível,
mas ninguém tem certeza de nada.
Políticos como Henrique
Eduardo Alves, Wilma de Faria, Robinson Farias, Garibaldi Alves Filho, Rosalba
Ciarlini, Sandra Rosado, José Agripino Maia, João Maia, Fátima Bezerra, entre
outros, terão de repensar seus planos eleitorais para 2014, ano eleitoral que
já começou em 2013 com as manifestações de rua.
Eu estou curioso para saber o
impacto das manifestações em candidaturas ao governo e ao Senado já lançadas e
tão badaladas até o mês passado. O efeito negativo não atinge apenas a
presidente Dilma Rousseff. Atinge a todos. Governadores, senadores, deputados,
prefeitos e vereadores estão no mesmo balaio.
O medo de Henrique Eduardo
Alves para disputar um pleito majoritário, por exemplo, aumenta
consideravelmente.
Engana-se quem acredita que as
manifestações vão acabar. Elas podem arrefecer nos próximos meses, mas os
protestos tendem a ressurgir fortemente no ano da Copa do Mundo e das eleições.
Alguém tem alguma dúvida? Eu não.
Uma grande parcela da
população aprendeu a se indignar sem a intermediação dos políticos e da mídia
tradicional. O canal livre é a internet.
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