A taxa de desemprego nas
grandes metrópoles do país avançou para 7,9% em outubro, informou o IBGE nesta
quinta-feira. É a maior taxa para o mês desde 2007 (8,7%) O dado faz parte da
Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que engloba seis regiões metropolitanas do
país (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre).
— A alta da taxa de desemprego
na comparação anual ocorreu em razão do crescimento da população desocupada e
queda da população ocupada. No comportamento anual tivemos a conjugação desses
dois fatores. Se a população não economicamente ativa não houvesse crescido o
crescimento da taxa seria ainda maior — explica Adriana Araújo Beringuy,
técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Em setembro, o desemprego
havia ficado em 7,6%. O aumento reflete a piora no mercado de trabalho,
impactado pela recessão. Em outubro do ano passado a taxa foi de 4,7%, então a
menor para o mês desde 2002, início da série histórica.
— A taxa de desemprego nesses
últimos três meses (agosto, setembro e outubro) está num patamar bem maior do
que esse período entre 2010 e 2014, voltando ao patamar de desemprego de 2009 —
analisa Adriana.
A massa desempregada foi de
1,9 milhão de pessoas e ficou estável frente a setembro. No entanto, na
comparação anual houve alta de 67,5% ou mais 771 mil pessoas em busca de
trabalho, Nessa comparação, foi a maior variação percentual da população
desocupada na série histórica, iniciada em 2002.
A população ocupada (22,5
milhões) recuou tanto na comparação mensal quanto na anual: -1,0% (230 mil
pessoas) em relação a setembro e -3,5% (825 mil pessoas) frente a outubro de
2014.
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O número de trabalhadores com
carteira de trabalho assinada no setor privado foi de 11,2 milhões no conjunto
das seis regiões metropolitanas analisadas. Ficou estável na comparação mensal
e recuou 4% frente a outubro do ano passado ou menos 470 mil pessoas com
carteira assinada.
— Pelo histórico da PME existe
um efeito sazonalidade de fim de ano, observado no quarto trimestre. Em alguns
anos esse fenômeno de contratações para o fim de ano foi mais intenso em
novembro, em outros em outubro e às vezes em dezembro. Houve anos em que
outubro isso começava de maneira mais intensa, reduzindo a taxa de desemprego.
Só que isso não ocorreu esse ano e não impede que possa ocorrer nos meses que
virão até o fim do ano. Temos de aguardar para ver se isso ocorrerá — explica
Adriana.
Regionalmente, na comparação
mensal, ocorreu estabilidade em todas as regiões. Frente a outubro de 2014,
Recife (-8,7%), Porto Alegre (-7,0%), Belo Horizonte (-6,1%) e São Paulo
(-3,3%) apresentaram reduções nesse contingente.
O rendimento médio real
habitual dos trabalhadores foi estimado em outubro de 2015, para o conjunto das
seis regiões pesquisadas, em R$ 2.182,10. Este resultado caiu 0,6% em relação a
setembro (2.194,71) e ficou 7% abaixo do apurado em outubro de 2014 (R$
2.345,81).
Regionalmente, na análise
mensal, houve retrações no número de ocupados nas regiões metropolitanas de
Recife (-2,6%) e de Belo Horizonte (-2,1%) e estabilidade nas demais. Já o
contingente de desocupados aumentou 10,4% em São Paulo e ficou estável nas
demais regiões.
Em relação a outubro de 2014,
houve estabilidade no número de ocupados no Rio de Janeiro e quedas nas demais
regiões metropolitanas: Salvador (7,1%; 137 mil pessoas), Belo Horizonte (4,8%;
121 mil pessoas), Recife (4,6%; 74 mil pessoas), São Paulo (4%; 385 mil
pessoas) e Porto Alegre (3,6%; 70 mil pessoas). No conjunto das seis regiões,
no mês, a população ocupada ficou estável em todos os grupamentos, exceto a
Indústria (-3,9%). Frente a outubro de 2014, Indústria (-8,7%), Construção
(-5,2%) e Serviços prestados às empresas (-3,7%) tiveram quedas.
A desocupação aumentou no
confronto com outubro do ano passado em todas as regiões, sendo o maior aumento
em São Paulo (86,2%) e o menor em Recife (45,8%). As variações ocorridas na
comparação anual para São Paulo (86,2%) e Belo Horizonte (82,4%) foram as
maiores em toda a série histórica da pesquisa, iniciada em março de 2002.
Regionalmente, no mês, o
rendimento ficou estável em Salvador, São Paulo e Porto Alegre, e caiu em Belo
Horizonte (-3,5%), Recife (-1,9%) e Rio de Janeiro (-1,1%). No ano, houve
quedas em todas as regiões, sendo a maior em Salvador (-10,1%) e a menor em
Porto Alegre (-5,8%).
Dados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, levantamento mais abrangente do IBGE,
que contém informações de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal,
também mostram deterioração no mercado de trabalho.
Segundo os números mais
recentes, divulgados no fim de setembro, a taxa de desemprego no país ficou em
8,6% no trimestre encerrado em julho — a maior da série histórica iniciada em
2012 e a sétima alta seguida. No mesmo período do ano anterior, a taxa ficou em
6,9%, enquanto no trimestre encerrado em abril de 2015, que serve de base de
comparação, ficou em 8%.
O Globo
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