O dólar comercial se mantém em
queda frente ao real nesta tarde, um dia depois de a presidente do Federal
Reserve (Fed, o banco central americano) ter afirmado que os juros nos EUA
podem subir já em dezembro. Às 15h02m, a divisa americana estava sendo
negociada a R$ 3,784 na venda, com desvalorização de 0,10%. Na máxima do dia, a
divisa foi negociada a R$ 3,817 e na mínima caiu a R$ 3,767. Analistas atribuem
o recuo do dólar ao anúncio de dois leilões de linha (venda de dólares com
compromisso de recompra) feitos pelo Banco Central após o fechamento do mercado
ontem.
O “dollar index”, que mede o
comportamento do dólar em relação a uma cesta de dez moedas, apresenta alta de
0,10%. Em relação a moedas de países emergentes, o dólar também recua frente à
lira turca e o rand sulafricano, mas sobe frente ao peso mexicano.
— O dólar abriu o dia em alta,
seguindo o mercado internacional, e subindo em relação a todas as moedas de
emergentes ligados a commodities. Depois, a moeda perdeu força frente a essas
divisas e o real acompanhou. Ainda pela manhã, saíram novos números da economia
americana mostrando que a produtividade da mão de obra subiu 1,6%, o que
sinaliza recuperação da economia. Isso fez o dólar voltar a ganhar força lá
fora. Mas por aqui, a moeda segue em queda por causa da atuação do BC - avalia
Jefferson Luiz Rugik, da corretora Correparti.
Ontem, após o fechamento do
mercado financeiro no Brasil, o Banco Central anunciou mais dois leilões de
linha no valor de até US$ 500 milhões, além da rolagem dos swaps cambiais que
vencem em dezembro, com oferta de até 12.120 contratos, que equivalem a venda
futura de dólares.
— Com o anúncio dos leilões, o
BC sinalizou que não se sente confortável com um dólar acima de R$ 3,80. É isso
que explica o recuo da moeda, um dia depois de a presidente do Fed sinalizar
que os juros podem subir em dezembro nos EUA - avalia Rugik, da Correparti.
É a segunda vez que o BC faz
leilões de linha nesta semana, mesmo após um mês de alguma tranquilidade no
câmbio. Rugik observa que não é comum o BC fazer dois leilões de linha tão
próximos, o que deixou o mercado com a luz amarela acesa.
- Como o mercado de câmbio
está com poucos negócios, a oferta de US$ 500 milhões tem peso - diz Rugik.
No Brasil, investidores
repercutem negativamente o adiamento da votação na Câmara dos Deputados do
projeto que permite a regularização de capitais brasileiros no exterior, que,
se aprovado, pode trazer entradas significativas de recursos ao país.
BOLSA ABRE EM ALTA, PETROBRAS
CAI
Na Bolsa de Valores, o
Ibovespa, índice de referência do mercado de ações brasileiro, também apresenta
instabilidade. O indicador abriu o dia em alta, inverteu a tendência antes da
primeira meia hora de negociações, e voltou a subir. Às 15h02m, o índice se
desvalorizava 0,26% aos 47.588 pontos. Entre as chamadas ‘blue chips’ do pregão
(as ações mais negociadas), os papéis da Petrobras começaram o dia em queda,
inverteram a tendência, e voltaram a cair. No início desta tarde, as ações
ordinárias (com direito a voto) perdiam 0,30% a R$ 9,87, enquanto os papéis
preferenciais (sem direito a voto) recuavam 0,99% a R$ 8,00.
Ontem, o Ibovespa caiu pela
primeira vez em três dias, sob pressão de Petrobras, que teve maior baixa em
três semanas com queda do preço do petróleo. O recuo foi de -0,7%, atingindo
47.710 pontos.
A greve dos trabalhadores da
petrolífera afeta a produção da companhia. Segundo nota divulgada pela
Petrobras, nesta manhã, na terça-feira, conforme o previsto, houve queda de
produção de 178 mil barris de petróleo — o equivalente a 8,5% da produção
diária no Brasil.
“As ações implementadas pela
Petrobras para mitigar os impactos do movimento grevista permitem estimar que
ao final de quarta-feira a produção de petróleo no Brasil teve uma redução de
140 mil barris de petróleo, equivalente a 6,5% da produção diária anterior à
greve”, diz a nota.
Para o gerente de mesa Bovespa
da corretora H. Commcor, Ari Santos, a paralisação tem impacto negativo sobre
as ações da companhia na Bovespa, já que a redução na produção impacta o caixa
da petrolífera. Mesmo assim, ele avalia que ainda é cedo para saber quais serão
os efeitos da greve.
— Não sabemos se a greve vai
durar uma semana, um mês, dois meses. Quanto mais tempo o movimento se estender
pior será o impacto no caixa da Petrobras — disse o analista.
Um número divulgado pelos
analistas do HSBC estima que um mês de paralisação pode custar até US$ 315
milhões ao caixa da empresa.
As ações da mineradora Vale
recuam nesta manhã, com nova queda do preço do minério de ferro na China,
enquanto os papéis de banco se valorizam, evitando uma baixa mais forte do
Ibovespa.
A maior alta do pregão é
apresentada pelos papéis ordinários da Eletrobras, que sobem 7,27% a R$ 5,90. A
Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira (SFF), órgão da Aneel,
definiu que pagará uma indenização de R$ 9 bi para sua controlada Furnas. O
valor é relativo aos ativos não amortizados ou não depreciados da Rede Básica
do Sistema Transmissão Existente (RBSE), existentes no ano 200. A data-base do
cálculo é 31 de dezembro de 2012.
A maior baixa é apresentada
pelos papéis preferenciais da Telefônica Brasil com baixa de 5,06% a R$ 39,41.
O Globo
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