
O boletim epidemiológico com
dados reunidos até esta segunda (16) aponta a ocorrência de 399 casos em 2015,
em sete estados. O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças
Transmissíveis da pasta, Cláudio Maierovitch, informou em entrevista coletiva
que o ministério trabalha com a hipótese de que o aumento de casos esteja
ligado ao surto recente de zika vírus registrado no Nordeste.
A relação entre o zika vírus e
a má-formação genética ganhou força porque o micro-organismo foi identificado
em duas gestantes da Paraíba. Elas apresentaram sintomas da infecção durante a
gravidez e carregam bebês com microcefalia confirmada. Exames laboratoriais
encontraram o vírus no líquido amniótico, que envolve o bebê na gestação.
"Vocês podem perguntar se
isso fecha a correlação entre as duas coisas, e minha resposta é: 'quase'.
Estamos sendo bastantes cautelosos, mas não se encontrou nenhuma outra causa
até o momento. Tivemos uma circulação importante do vírus no Brasil no primeiro
semestre, coisa que aconteceu pela primeira vez na nossa história",
declarou o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do
ministério, Cláudio Maierovitch.
O aumento significativo do
número de casos no Nordeste fez o Ministério da Saúde decretar emergência em
saúde pública no último dia 11. Na semana passada, o ministro da saúde, Marcelo
Castro, afirmou que essa é uma situação inusitada. "Todas as hipóteses
estão sendo avaliadas", disse o ministro em coletiva de imprensa.
Os casos suspeitos de
microcefalia se caracterizam por recém-nascidos que apresentam o perímetro da
cabeça igual ou menor de 33 centímetros. A Secretária Estadual de Saúde lançou
um protocolo padrão, com orientações para a notificação dos casos, além de um
portal onde as unidades de saúde enviam os dados.
Além do Hospital Oswaldo Cruz
e do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), o
Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam) e a Associação de
Assistência à Criança Deficiente (AACD) foram definidas como unidades de
referência e para o atendimento dos bebês e das mães. O estado ainda definirá
centros de referência para as notificações do interior.
Já a investigação
epidemiológica dos casos está sendo feita em parceria com o Ministério Público
e quatro instituições de pesquisa: Fiocruz, Imip, UFPE e Universidade de São
Paulo (USP). Todas trabalham em conjunto para tentar identificar as possíveis
causas do crescimento vertiginoso dos casos de microcefalia na região.
G1 RN
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