Do G1:
Em votação secreta, a Câmara
dos Deputados elegeu nesta terça-feira (8), por 272 votos a 199, a chapa
alternativa integrada por deputados de oposição e dissidentes da base
governista para a comissão especial do processo de impeachment da presidente
Dilma Rousseff. A sessão que definiu os nomes dos deputados responsáveis por
analisar o pedido de afastamento da chefe do Executivo foi marcada por tumultos
no plenário.
Deputados governistas
inconformados com o fato de Cunha ter determinado votação secreta e ter
autorizado a candidatura de uma chapa avulsa tentaram impedir a eleição. Eles
chegaram a quebrar parte das urnas eletrônicas instaladas no plenário para a
votação.
A chapa vencedora, batizada de
"Unindo o Brasil", foi protocolada por parlamentares oposicionistas e
dissidentes da base governista na tarde desta terça com a adesão de 39
deputados de PSDB, SD, DEM, PPS, PSC, PMDB, PHS, PP, PTB, PEN, PMB, PSB e PSD
(veja a lista com os deputados ao final desta reportagem).
Ao final da votação, os
deputados oposicionistas que derrotaram o governo comemoraram no plenário.
Depois, cantaram o Hino Nacional erguendo uma bandeira do Brasil.
Ao todo, a comissão especial
será formada por 65 parlamentares titulares e o mesmo número de suplentes. Os
partidos que não tiveram indicações na chapa vencedora serão convocados a
apresentar as indicações para completar as vagas.
Uma sessão extraordinária da
Câmara havia sido marcada para a noite desta segunda (7) para eleger a comissão
que irá analisar o processo, mas foi adiada em razão do impasse dentro das
bancadas para definir os representantes e, principalmente, por conta da
insatisfação de uma ala do PMDB com os nomes definidos pelo líder da sigla,
deputado Leonardo Picciani (RJ).
Na semana passada, os líderes
partidários haviam entrado em acordo para não permitir candidaturas avulsas. No
entanto, nesta segunda-feira, deputados da oposição e dissidentes do PMDB
reivindicaram a possibilidade de lançar chapa avulsa.
O objetivo da chapa
alternativa é compor um grupo com deputados do PMDB que são críticos ao governo
Dilma, já que o líder da bancada na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), deve
apresentar apenas nomes mais em sintonia com o Palácio do Planalto.
O presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autorizou e decidiu postergar para esta terça o prazo
de indicação de nomes e eleição para a comissão especial. A decisão foi
criticada pelos líderes do PMDB, do governo e do PT.
"É inaceitável. Essa
comissão já começa inviabilizada. Está se permitindo uma briga interna das
bancadas com indicação de membros para outra chapa", criticou Sibá.
"É uma confusão. É a segunda mexida. O prazo para indicação era hoje às
14h. O presidente passou para 18h. Agora remarca para amanhã e permite que
dentro de uma mesma bancada haja indicações para outra chapa. É
inaceitável", disse na segunda o líder do PT, Sibá Machado (AC).
Votação
A eleição da comissão especial
será secreta, por meio de urnas eletrônicas. As urnas terão as opções de chapa
1 (a indicada pelos líderes); a chapa 2 (indicada pelos oposicionistas e
dissidentes) e em branco.
Após a votação, o resultado
será divulgado no painel eletrônico do plenário – por se tratar de votação
secreta, apenas o placar será divulgado. O presidente da Casa, Eduardo Cunha,
poderá participar da eleição – o regimento interno da Câmara permite a votação
por parte do presidente em votações secretas.
A chapa indicada pelos líderes
tem 49 deputados e a chapa da oposição e dissidentes tem 39 deputados. Uma
delas sendo eleita, será preciso fazer eleição suplementar para preencher as
vagas restantes de cada uma (16, se for eleita a chapa de 49; 26, se for eleita
a chapa de 39).
Esta eleição suplementar
poderá ser realizada ainda nesta terça, mas até a última atualização desta
reportagem não havia definição sobre isso.
Veja os integrantes da chapa
alternativa:
PMDB (8 vagas)
Osmar Terra (RS)
Lelo Coimbra (ES)
Carlos Marum (MS)
Lúcio Vieira lima (BA)
Manoel Junior (PB)
Mauro Mariani (SC)
Flaviano Melo (AC)
Osmar Serraglio (PR)
PSDB (6 vagas)
Carlos Sampaio (SP)
Bruno Covas (SP)
Shéridan (RR)
Rossini (PR)
Nilson leitão (MT)
Paulo Abi-Ackel (MG)
PSB (4 vagas)
Fernando Coelho Filho (PE)
Danilo Forte (CE)
Bebeto (BA)
Tadeu Alencar (PE)
PSD (4 vagas)
Sóstenes cavalgante (RJ)
Evandro Roman (PR)
João Rodrigues (SC)
Delegado Éder Mauro (PA)
PP (4 vagas)
Jerônimo Goergen (RS)
Jair Bolsonaro (RJ)
Luiz Carlos Heinze (RS)
Odelmo Leão (MG)
PTB (3 vagas)
Ronaldo Nogueira (RS)
Benito Gama (BA)
Sérgio Moraes (RS)
SD (2 vagas)
Fernando Francischini (PR)
Paulo Pereira da Silva (SP)
DEM (2 vagas)
Rodrigo Maia (RJ)
Mendonça Filho (PE)
PSC (2 vagas)
Marco Feliciano (SP)
Eduardo Bolsonaro (SP)
PPS (1 vaga)
Alex Manente (SP)
PEN (1 vaga)
André Fufuca (MA)
PHS (1 vaga)
Kaio Maniçoba (PE)
PMB (1 vaga)
Major Olímpio (SP)
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