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Foto: André Coelho / Agência O Globo
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O comando do Conselho de Ética
elaborou projeto que pede o afastamento cautelar do presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), enquanto o processo contra sua cassação tramitar na
Casa. A proposta será apresentada no conselho na reunião desta quinta e a
disposição é tentar colocá-lo em votação na sessão. O presidente do conselho,
José Eduardo Araújo (PSD-BA), afirmou que, se preciso, vai até o Papa para
tentar afastar Cunha.
— Está difícil trabalhar nessa
casa. Se precisar vamos recorrer ao Supremo para mostrar isso. Se precisar, vou
recorrer ao Papa — disse Araújo.
O projeto é assinado pelo
presidente e pelos dois vices: Fausto Pinato (PRB-SP) e Sandro Alex (PPS-PR).
O presidente também criticou a
decisão do vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PRB-MA), que deu decisão
que afastou Pinato da relatoria do caso de Cunha no conselho. Ele duvida que
Maranhão tenha tomado essa decisão sozinho.
— Você acha que o vice tomaria
essa medida sozinho?
CUNHA ACUSA PRESIDENTE DE
SEGUIR "REGIMENTO PRÓPRIO"
Cunha acusou nesta
quarta-feira Araújo de seguir um “regimento próprio” e de promover manobras que
descumprem as regras da Câmara.
– Cansei de falar aqui que os
blocos partidários são os do início da legislatura. Infelizmente, o presidente
do Conselho decidiu seguir um regimento próprio. Ele resolveu interpretar o
regimento deles, que não existe na Casa, assim como ele tem feito várias vezes.
Hoje ele fez outro absurdo. Simplesmente abriu a votação e deixou dois
deputados votarem na mesma vaga. A cada hora há manobras dentro do conselho no
intuito claro de descumprir o regimento, o devido processo legal, e no fim vai
ter que ser tudo restaurado à situação da normalidade – disse.
O presidente da Câmara rebateu
Araújo, que mais cedo afirmou que a decisão de afastar Fausto Pinato (PRB-SP)
da relatoria do processo de cassação do mandato de Cunha foi um “golpe”.
– Golpe é o que estavam
fazendo, descumprindo o regimento. A decisão é monocrática. O recurso chegou e
me declarei impedido e o vice decidiu. Recurso contra decisão do presidente da
Câmara é a CCJ. Esse é o regimento da Casa. Qualquer coisa diferente disso é
que é golpe. Golpe é quebrar urnas e tentar agredir parlamentar para tentar
impedir votação – afirmou.
O deputado comparou sua
situação com a da presidente Dilma Rousseff:
– Acho engraçado, as pessoas
fazem discurso, gritam, dizem que querem cassar uma presidente eleita. Eu sou
um deputado legitimamente eleito pelo voto popular. Também estão querendo me
cassar de uma forma absolutamente desrespeitando o regimento.
O Globo
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