O líder do PSDB na Câmara,
deputado Carlos Sampaio (SP), disse que o processo de impeachment da presidente
Dilma Rousseff deverá ser concluído até abril do próximo ano. A estimativa leva
em conta a manutenção do recesso parlamentar, que começa em 22 de dezembro e
termina em 1º de fevereiro. “Se houver o recesso, retomamos os trabalhos dia 2
de fevereiro. Daí seriam mais dez sessões ordinárias e outras cinco sessões
para a defesa dela (Dilma). Em seguida, a Câmara delibera”, disse Sampaio,
durante entrevista à Rádio Bandeirantes de Campinas.
Ele usou como exemplo o
impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, em 1992. “O do Collor, que
foi um processo rápido, durou 42 dias. O da Dilma deve durar uns 50 dias. Então
é uma decisão para março ou abril”, afirmou. O pedido de impeachment de Dilma,
apresentado pela oposição, foi aceito nesta semana pelo presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Uma comissão especial foi criada para discutir o
processo e agora aguarda as indicações dos deputados pelos partidos.
Sampaio também falou sobre a
troca de acusações entre Cunha e Dilma, a respeito das “barganhas” para segurar
o impeachment. “Eu não tenho a menor dúvida de que as negociações de barganha
com o Cunha existiram. O PT fez isso no mensalão, comprando votos, e no
petrolão, pegando dinheiro de propina e destinando como doação ao PT. Eles
negociam o tempo todo.”
Sobre a eventualidade de o
vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP), assumir o comando do Executivo,
Sampaio disse não ter receio, pois “qualquer coisa é melhor do que a Dilma”.
“Mas temos que ver qual vai ser o time do Temer. O Aécio Neves (senador e
presidente nacional do PSDB) tem defendido que, se acontecer o impeachment, e o
Temer assumir, o PSDB vai ajudar numa grande coalizão nacional, mas que o
partido não precisa participar do governo”, disse.
Questionado sobre quais seriam
as medidas necessárias para o país, caso haja o impeachment, Sampaio afirmou:
“Primeiro, tem que chamar para o governo pessoas que tenham estatura moral,
credibilidade e conhecimento para que possamos sair dessa crise. Segundo, tem
que adotar uma política para cortar gastos do governo e direcionar recursos
para alavancar a questão do emprego”.
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