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O presidente interino Michel
Temer. (Foto: André Coelho / Agência O Globo / 16-6-2016)
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Em reunião na manhã desta
sexta-feira, no Palácio do Jaburu, o presidente interino Michel Temer
determinou aos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima
(Secretaria de Governo), que conversem com todos os integrantes do primeiro
escalão sobre qualquer envolvimento que possam ter com as investigações da
Operação Lava-Jato. Geddel não estava na reunião. O ministro viajou, na
quinta-feira, para a Bahia.
Temer ficou muito irritado com
a saída de Henrique Eduardo Alves do Ministério do Turismo, antecipando-se a
denúncias que surgirão nos próximos dias. Segundo auxiliares presidenciais, ele
quer evitar novas baixas por conta de potenciais escândalos.
Apesar de estar 'tranquilo',
Temer acredita que delação pode prejudicar votações
Na reunião, os peemedebistas
demonstraram preocupação com a delação de Fábio Cleto, que era vice-presidente
da Caixa Econômica Federal. Cleto é afilhado político do presidente afastado da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Com as conversas, Temer busca
blindar o governo. A ideia é que os principais auxiliares façam um "exame
de consciência".
— A prioridade zero do
presidente é impedir que a Lava-Jato chegue ao governo. Ao Palácio do Planalto,
então, nem se fala. A diretriz dada na reunião foi a de quem tiver qualquer
envolvimento peça para sair. Se não sair, será saído — afirmou um interlocutor
palaciano.
Henrique Eduardo Alves foi o
terceiro ministro do governo interino de Temer a deixar o cargo após se
envolver com a Lava-Jato. Antes dele, Romero Jucá deixou o Planejamento e
Fabiano Silveira pediu demissão da Transparência após serem divulgadas
gravações de Sérgio Machado. Nos áudios, Jucá diz que era preciso “estancar
essa sangria”, em relação ao avanço das investigações, e Silveira orienta o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a não antecipar informações à
procuradoria-geral da República.
Segundo este interlocutor, o
Planalto avalia que houve desgaste com a queda de três ministros no primeiro
mês de governo, mas que ainda é possível estancar a crise e minimizar os dados.
Durante a reunião, os
ministros e Temer avaliaram que não foram só as pedaladas fiscais que levaram
ao afastamento da presidente Dilma Rousseff mas, sobretudo, o fato de as
investigações terem chegado ao Planalto, afetando os ex-ministros Edinho Silva
(Comunicação Social) e Jaques Wagner (Casa Civil).
O Globo
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