Segundo o Instituto de Desenvolvimento e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte, técnicos do órgão, da Agência Estadual de Meio Ambiente do Pernambuco - CPRH, além de perito ambiental da Polícia Federal fizeram uma visita técnica a praias atingidas pelo lixo no Rio Grande do Norte, nesta terça-feira (27). "O objetivo é averiguar a situação in-loco e realizar coleta de informações e amostras para perícia técnica e Ambiental", informou.
Além da rede de apoio entre estados, a reunião da Câmara Temática de Meio Ambiente do Consórcio definiu medidas emergenciais, como:
Criação de protocolo de procedimentos específico para orientar os municípios litorâneos como agir diante do aparecimento nas praias de grandes quantidades de resíduos sólidos vindo do mar.
Envio de especialistas dos Estados para contribuir com o Rio Grande do Norte e a Paraíba no mapeamento, perícia, análise do material e identificação do(s) causador(es) do dano ambiental.
Consulta e formação de parcerias junto a universidades e instituições de pesquisa para aprofundar as iniciativas de investigação com uso de mapeamento georreferenciado.
Orientação aos municípios para que reforcem a fiscalização junto às empresas prestadoras de serviços de limpeza urbana, transporte e destinação de resíduos sólidos.
Toneladas de lixo foram retiradas de praia de João Pessoa desde o dia 16 de abril. No Rio Grande do Norte, as prefeituras de Baía Formosa, Canguaretama, Nísia Floresta e Tibau do Sul registram mais de seis toneladas recolhidas de suas praias desde o dia 20. Entre materiais encontrados, há inclusive seringas descartáveis. Ao todo, são 20 toneladas de lixo recolhidas em ambos os estados.
De acordo com o comitê, a ação conjunta dos membros do Consórcio Nordeste para contribuir com Estados e Municípios, não se restringe aos afetados até agora, "uma vez que o lixo marinho é um problema mundial e o aparecimento de material no RN e PB – assim como outros fenômenos semelhantes - podem atingir os demais Estados da região".
Da mesma forma, o protocolo deverá ser elaborado de forma "cooperada" por especialistas dos Estados membros do comitê, "prezando especialmente pela saúde da população e dos profissionais do serviço de limpeza" e "pela preservação de indícios, vestígios e provas" que possam levar à identificação dos possíveis autores do dano ambiental e a destinação correta do lixo.
De acordo com o Idema, as medidas são o resultado de uma reunião realizada por videoconferência na segunda-feira (26), por secretários, superintendentes e representantes das pastas do Meio Ambiente, que compõem a Câmara Temática do Consórcio.
Origem desconhecida
O diretor geral do Idema, Leon Aguiar, afirmou que entre o material coletado há uma etiqueta vinculada ao município de Maragogi, em Alagoas, e uma do município de João Pessoa, na Paraíba, mas a maior parte do material tem identificações associadas a Pernambuco.
“Em Nísia Floresta, por exemplo, o lixo encontrado é de característica urbana, com muitas embalagens de iogurte, margarina, sapatos, envelopes plásticos e canudos; alguns, com marcas de degradação. A maior preocupação está com os resíduos hospitalares, que ainda se apresentam em alguns municípios, como Baía Formosa. Uma das possibilidades de investigação é que o incidente possa ter relação com as últimas chuvas, que provocou inundações”, relatou diretor-geral do Idema, Leon Aguiar.
Segundo o Idema-RN, os municípios atingidos também informaram presença de vegetação característica de região de água doce, o que também indicaria a probabilidade do incidente ter advindo das enchentes, ocorridas recentemente no Nordeste, que podem ter arrastado resíduos depositados em rios e córregos.
Segundo o Idema, o superintendente de Meio Ambiente de Pernambuco, Bertrand Sampaio, considerou que é possível que as chuvas intensas de 9 a 10 de abril, na região metropolitana do Recife, possam ter contribuído com o ocorrido. O superintendente de Administração do Meio Ambiente da Paraíba, Marcelo Cavalcanti, falou que o material encontrado na região é semelhante ao do Rio Grande do Norte e foram contabilizadas entre 12 a 14 toneladas.
Até o momento, os Estados de Alagoas, Sergipe e Bahia não encontraram registros do material vindo do mar.
G1RN
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