
"A proposta inicial era a
organização das mulheres e nesse processo percebemos a necessida de algo para
construir a participação delas no processo produtivo do assentamento. Era uma
autonomia muito demandada por elas", explica a agrônoma Ivi Dantas,
assessora técnica do centro feminista, que esteve em Brasília nesta terça-feira
(10) para receber o prêmio.
Os imóveis instalaram tubos
que captam a água servida, utilizada para práticas domésticas como lavagem de
roupas, louça e banho. O líquido passa então por um processo de filtragem,
chegando a um reservatório e sendo reaplicado na plantação de hortaliças e
árvores frutíferas.
Criado como projeto piloto em
2013, o sistema de filtragem foi aplicado inicialmente nas casas de três
moradoras, que além de reaproveitar água e plantar para consumo próprio, já
produzem o suficiente para comercializar os alimentos com as cerca de 70
famílias do assentamento.
A cientista social Rejane
Medeiros, também assessora técnica do centro feminista, detalha que as cidades
de Tibau, Grossos e Porto do Mangue, todas na região Oeste, foram escolhidas
como locais para reaplicação do projeto. "A ideia é reaplicar em novos
espaços para apoiar a organização das mulheres na luta por autonomia. A geração
de renda se mostrou fundamental nesse processo. Nos locais pretendemos
implantar um formato de capacitação autônoma", avalia Medeiros.
Com o dinheiro da premiação, o
centro feminista também planeja aprimorar a tecnologia social. Inicialmente a
ideia é trocar o material de alvenaria usado no sistema por placas, as mesmas
usadas na construção de cisternas.
Vencedor na categoria
Mulheres, o Água Viva disputou o prêmio com os projetos Gente da Maré:
Melhorando as condições de vida das marisqueiras do Nordeste, da Universidade
Federal do Semi-Árido (Ufersa) na cidade de Mossoró, e Metodologia de Gestão de
Empreendimentos Solidários por Meio de Indicadores, Instituto Consulado da
Mulher (ICM), de São Paulo. Os dois demais finalistas receberam R$ 25 mil em
premiação cada um.
A Fundação Banco do Brasil
também entregou prêmios nas categorias comunidades tradicionais, agricultores
familiares e assentados da reforma agrária; gestores públicos; universidades e
instituições de ensino e pesquisa; juventude; e meio urbano.
G1 RN
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