O projeto de integração do Rio
São Francisco está com 81% de execução física. Os dados são de outubro deste
ano e foram divulgados nesta quinta-feira (19) pelo Ministério da Integração.
“Já foram entregues as primeiras estações de bombeamento de cada eixo e está
prevista para este ano a entrega da segunda estação do Eixo Leste”, explica o secretário
de Infraestrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional (MI), Osvaldo
Garcia. A expectativa do Ministério é concluir a obra no início de 2017.
Atualmente, 10,1 mil
profissionais trabalham ao longo dos 477 quilômetros de extensão das obras, que
beneficiará mais de 12 milhões de brasileiros em 390 cidades dos estados de
Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Com 4.133 equipamentos em
operação, os dois eixos (Norte e Leste) do projeto apresentam execução de 82,2
% (Norte) e 79,2 % (Leste). A obra é construída por etapas e os cronogramas de
execução do empreendimento priorizam a sequência construtiva do “caminho das
águas” do projeto, ou seja, das captações até os estados que serão
beneficiados.
Além dos 477 quilômetros de
obras lineares projetadas, o empreendimento engloba a construção de quatro
túneis (um dos quais de 15 km de extensão), 14 aquedutos, 9 estações de
bombeamento e 27 reservatórios.
Seca histórica
Em setembro o G1 percorreu 19
cidades do interior do Rio Grande do Norte e constatou os efeitos da pior
estiagem dos últimos 100 anos no estado. À época, o Ministério da Integração
Nacional não confirmava a data para a chegada das obras da transposição do Rio
São Francisco ao Rio Grande do Norte.
O MI explicou que as águas do
Velho Chico virão até o RN de duas maneiras. Uma delas é com a perenização do
rio Piranhas/Açu. Significa que as águas do rio, que nasce na Serra do Piancó,
na Paraíba, devem ser represadas pela barragem de Oiticica antes que elas
desemboquem na barragem Armando Ribeiro Gonçalves.
A outra forma de a água chegar
ao estado será com a construção um sistema denominado Ramal Apodi, uma etapa da
obra que faz parte do chamado Eixo Norte da transposição. Por este ramal, as
águas deverão correr por canais, túneis, aquedutos e barragens, totalizando
115,5 quilômetros de extensão. Para isso, ainda de acordo com o Ministério,
estima-se que 857 propriedades terão que ser relocadas ou os donos indenizados
em treze municípios da Paraíba, Ceará e no próprio Rio Grande do Norte.
Em solo potiguar, a
transposição afetará famílias em Luís Gomes, Major Sales e José da Penha, por
onde o ramal passará até chegar ao açude público de Pau dos Ferros, de onde as
águas partirão até Angicos, já na região Central do estado. Ao final do
percurso, 44 municípios devem ser beneficiados.
Ações de convívio com a seca
Devido aos longos períodos de
seca e estiagem no país, principalmente no semiárido do Nordeste, o governo
federal intensificou a gestão e a aplicação de políticas públicas para amenizar
o impacto das perdas econômicas e sociais nas áreas atingidas. Por essa razão,
o MI investe em outras obras hídricas estruturantes e em ações emergenciais.
Entre as obras hídricas
estruturantes estão o Cinturão das Águas (CE), a Vertente Litorânea Paraibana
(PB), o Canal do Sertão Alagoano (AL), a Adutora Pajeú (PE e PB), a Adutora do
Agreste (PE), a Barragem de Ingazeiras (PE) e a Barragem de Oiticica (RN).
Considerado uma ação
estruturante, o Programa Água para Todos já beneficiou mais de cinco milhões de
brasileiros. O programa consiste na implantação de tecnologias de uso da água
para o consumo próprio ou para a produção de alimentos e a criação de animais.
O Água Para Todos implementou,
por exemplo, 876,5 mil cisternas e 2,1 mil sistemas simplificados de
abastecimento. O programa recebeu R$ 5,2 bilhões em investimentos e já atendeu
17 estados - nove do Nordeste.
G1 RN
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