O Brasil perdeu uma posição no
ranking que mede o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países e ficou em
75º lugar em 2014, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU)
sobre 188 países, divulgado nesta segunda-feira (14). Quem passou à frente do
Brasil no ano passado foi o Sri Lanka.
O IDH brasileiro passou de
0,752 em 2013 para 0,755 no ano passado. O IDH é medido anualmente pela ONU com
base em indicadores de renda, saúde e educação. O índice varia em uma escala de
0 a 1. Quanto mais próximo de 1, mais elevado é o IDH. O ranking divide os
países em quatro categorias: os de índice de desenvolvimento "muito
elevado", "elevado", "médio" e "baixo".
O IDH é medido a partir de
quatro indicadores: esperança de vida ao nascer; expectativa de anos de estudo
; média de anos de estudo (da população até o momento); e renda nacional bruta
per capita (toda a renda do país dividida pelo número total da população).
De acordo com o estudo, a
Noruega ocupa a primeira posição do ranking de desenvolvimento humano da ONU.
Entre os países vizinhos com IDH melhor que o Brasil estão Venezuela (71º),
Chile (42º) e Argentina (40º).
Apesar de ter ficado atrás de
alguns países latinos no ranking, o país teve o maior crescimento de IDH da
América do Sul entre 1990 e 2014.
Nas últimas três décadas, o
país registrou crescimento de 36,4% no IDH, segundo a ONU – passou de 0,545
(desenvolvimento "baixo") em 1980 para 0,744 em 2013 (desenvolvimento
"elevado)".
Um dos componentes do índice
deu seu primeiro sinal de piora em 2014 – após anos consecutivos de alta, a
renda média do brasileiro teve uma queda de 0,74% na comparação com 2013,
passando de US$ 15.288 para US$ 15.175.
Variação de posição sem
relevância
A coordenadora do Relatório de
Desenvolvimento Humano (RDH) no Brasil, Andrea Bolzon, observa que a variação
de uma posição em um ano não é relevante, pois a diferença entre países com
pontuação muito próxima é bem pequena. As informações são da BBC.
No entanto, trata-se da
reversão de tendência, já que o país vinha subindo no ranking. Na comparação
com 2009, o Brasil ainda ganha três posições, pois ultrapassou no período
Azerbaijão, Jamaica, Jordânia e a República da Macedônia ─ que na ONU é
oficialmente chamada de Antiga República Iugoslava da Macedônia.
A coordenadora avaliou que a
crise ainda não teve impacto significativo no IDH do país, mas disse que é
possível que isso aconteça caso a recessão econômica se agrave e perdure por
mais anos.
Ela explica que o IDH é um
índice estrutural, ou seja, que capta mais mudanças de longo prazo. Isso ocorre
principalmente por causa dos indicadores de expectativa de vida e educação. Já
o indicador de renda é o que apresenta mais variação de um ano para outro,
respondendo mais rápido a mudanças de curto prazo na economia.
"Quem sabe até onde vai
essa crise? Ninguém sabe ainda. Pode afetar (o IDH), mas não se for uma crise
de um ano ou dois (apenas). Nenhum país dorme numa posição e acorda na outra. É
um processo mais lento", explicou Bolzon à BBC.
"Se a economia se
recupera desse ano para o próximo, vamos supor, a tendência é que não afete (o
índice) porque não vai dar tempo de afetar a expectativa de vida das pessoas ou
quanto as pessoas vão estudar", acrescentou.
Bolzon explica como uma crise
econômica mais prolongada pode ter impacto de reduzir o IDH. A média de anos de
escolaridade pode cair, por exemplo, se mais jovens pararem de estudar cedo
para começar a trabalhar e complementar a renda da família. Esse tipo de
fenômeno pode acontecer caso a renda caia muito e os pais não consigam mais
sustentar a família apenas com seus salários.
G1
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