Dentro deste contexto, o professor do Departamento de Física da UFRN e membro do Comitê Científico do Nordeste, José Dias do Nascimento, indicou que a segunda onda de contágio segue aberta no Estado. “A primeira foi contida por isolamento social através de decretos”, pontuou.
Conforme a imagem abaixo, disponibilizada pelo especialista, a série histórica de solicitações por leitos de UTI no RN teve o primeiro ponto alto entre abril e julho de 2020. A segunda onda, que segue aberta, começou em fevereiro deste ano.
Atualmente, o Governo do Estado e prefeituras do Vale do Açu e região Central potiguar discutem a publicação de um decreto com medidas mais restritivas para a localidade, por causa do aumento de casos de Covid-19. O movimento segue o exemplo da região do Alto Oeste, que solicitou a ampliação das restrições por causa do aumento de casos e óbitos na região.
O aumento no número de casos e a ocupação dos leitos críticos, entre 90% a 100% nos últimos dias, tem feito os gestores procurarem medidas mais duras. “Em 4 de março de 2020, eu falei que o ‘toque de recolher não funcionaria’ e agora essa regionalização de decretos também não será o remédio necessário. Irá abrandar em algum nível. Porém, não trará uma margem segura”, afirmou José Dias. “Natal é muito representativa para estes números, para a estatística de contágio”.
Voltar a restringir
Na última sexta-feira 21, o secretário de Saúde do Rio Grande do Norte, Cipriano Maia, disse que a situação da pandemia é crítica no Estado como um todo. Em entrevista ao Bom Dia RN, da Inter TV Cabugi, o representante da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) indicou que é necessário manter as medidas de prevenção e isolamento social contra a Covid-19 e sugeriu a volta de medidas mais restritivas.
“O platô que vivenciamos no Estado como um todo é muito desconfortável. Temos cerca de 1,2 mil casos por dia. Maio tem o maior número de casos, março e abril, a maior mortalidade. Esse platô se mantém. Temos que ter consciência de que, se não houve condição de fazer a restrição que o comitê científico recomendava manter, temos que ter as medidas compensatórias, que são: a fiscalização efetiva dos decretos, evitar qualquer tipo de aglomeração, manter o distanciamento físico entre as pessoas, o uso correto da máscara. Jamais estamos pensando em flexibilizar novas medidas, porque a abertura das escolas e retomada de outras atividades, com certeza, tem contribuído para esse aumento de casos. Então a gente precisa voltar a restringir. É tanto que o comitê, na sua recomendação, volta a reiterar a restrição das atividades, da circulação, e medidas compensatórias que vão para empresas e todas as organizações. Identificar casos, testar as pessoas, fazer rastreio de casos. A Vigilância Municipal, junto com a atenção primária, estar atuando nesse controle. Principalmente, uma mobilização da comunidade. A comunidade precisa entender que o problema é da comunidade. O governo está fazendo a sua parte, mas sem a mobilização da comunidade nós vamos ter o risco de continuar nesse platô ainda por algumas semanas, visto que a vacinação tem avançado de forma lenta. Nós só temos em torno de 10% da população já vacinada com a 2ª dose”, relatou Cipriano.
Ainda durante a entrevista, o titular da pasta reforçou que o quadro do coronavírus é extremamente crítico no RN. “Os prefeitos tinham pedido a flexibilização [das atividades] e o decreto do governo apontou isso, só que os resultados estão se apresentando. E nós vamos precisar – e muitos municípios estão fazendo isso corretamente, aumentando a restrição – e nós vamos, enquanto Governo do Estado, apoiar essas medidas restritivas. E estamos discutindo como construir essa possibilidade de regionalização dos decretos”, apontou. “Não temos como manter grande relaxamento até que avance a imunização da população.
AgoraRN
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