O dólar comercial registra
queda de 1,5% contra o real nesta quarta-feira, reagindo a rumores de que o
ex-presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles está cotado para assumir
o Ministério da Fazenda. Além disso, o movimento global da moeda é de queda,
após a divulgação de dados positivos sobre o varejo da China. A divisa opera
cotada a R$ 3,733 para compra e a R$ 3,735 para venda. Na mínima da sessão,
atingiu R$ 3,727 para venda — a menor cotação registrada ao longo de uma sessão
desde 9 de outubro, quando chegou a cair a R$ 3,725. Já a Bolsa de Valores de
São Paulo (Bovespa) sobe 2,02%, aos 46.653 pontos.
Globalmente, o dólar cai 0,17%
contra uma cesta de dez moedas, segundo o índice Dollar Spot. Entre as 16
principais divisas do mundo, a moeda americana perde força contra 14.
— A maior parte dos agentes do
mercado vê no Meirelles um articulador político mais hábil que Levy. Pelo que
parece, o Congresso não tem mesmo qualquer boa vontade com ele. Assim, contra o
real, o dólar amplia sua tendência de desvalorização lá fora. Depois de um
período de valorização em escala global, a divisa demonstra acomodação e reage
também aos dados da China, que tiveram uma leitura positiva por parte dos
investidores — afirmou Daniel Weeks, economista da Garde Asset. — Na minha
opinião, porém, uma eventual troca de Levy por Meirelles seria apenas uma renovação
momentânea de esperança. No fim das contas, o resultado não deve ser muito
diferente, uma vez que o problema do governo é sua fraqueza política em si, e
não o ministro da Fazenda.
No fim da tarde de ontem, o
site do jornal “Valor Econômico” publicou notícia dizendo que Meirelles já
estaria discutindo cenários econômicos com líderes empresariais em encontros
ocorridos em São Paulo e que a resistência da presidente Dilma Rousseff ao seu
nome estaria diminuindo. Ainda segundo o “Valor”, o ex-presidente do BC teria
dito a interlocutores que só aceitaria convite se pudesse indicar toda a equipe
econômica, incluindo o presidente do BC e o ministro do Planejamento. De acordo
com as notícias de bastidores, a chegada de Meirelles estaria sendo orquestrada
pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A China divulgou números nesta
quarta-feira que demonstram a transição de sua economia de um modelo baseado em
exportações e investimento para um outro baseado em consumo. O crescimento da
produção industrial desacelerou para 5,6% em outubro na comparação anual,
abaixo da expectativa dos analistas. Já as vendas no varejo tiveram alta de 11%
sobre o ano anterior, levemente acima da estimativa dos economistas.
As autoridades do país
anunciaram também nesta quarta que vão aumentar o suporte ao consumo. A ideia é
desenvolver o mercado de crédito ao consumidor e ampliar o programa piloto que
testa novas formas de financiamento. Além disso, pretende apoiar um aumento nas
importações de bens de consumo.
BRADESCO SOBE APESAR DE
TRAGÉDIA
As ações da Petrobras sobem
2,17% (ON, com voto, a R$ 9,41) e 1,97% (PN, sem voto, a R$ 7,76). Depois de
cinco dias de queda após o rompimento da barragem em Mariana (MG), as ações da
Vale operam em alta. Os papéis ON avançam 1,88% (R$ 15,67) e as PN, 1,80% (R$
12,96).
Entre os bancos, apesar do
desastre aéreo que matou dois de seus executivos, o Bradesco sobe 2,15% (R$
21,78). O Banco do Brasil tem alta de 1,86% (R$ 17,45), e o Itaú, R$ 2,42 (R$
28,26).
As ações do setor elétrico são
destaque positivo do pregão, após aprovação, ontem na Câmara, da Medida
Provisória 688, que autoriza o governo a apoiar hidrelétricas após perdas
geradas pelo déficit hídrico. A medida é vista por investidores como importante
para dar segurança jurídica ao leilão de hidrelétricas existentes agendado para
25 de novembro, com o qual o governo federal espera arrecadar até R$ 17 bilhões
com a cobrança de bônus de outorga junto aos vencedores.
A Cesp opera em alta de 2,76%,
enquanto a Cemig registra valorização de 3,20%. A CPFL opera em alta de 2,92%,
enquanto a Eletrobras sobe 2,51%.
O Globo
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