O dólar fechou em queda e voltou
a 3,85 reais nesta terça-feira, acompanhando outros mercados de câmbio após
números mistos sobre a economia dos Estados Unidos alimentarem algumas dúvidas
sobre a possibilidade de os juros norte-americanos subirem neste mês.
O dólar recuou 0,81 por cento,
a 3,8549 reais na venda, após atingir 3,8346 reais na mínima da sessão.
A moeda norte-americana recuou firmemente contra os pesos chileno e mexicano, influenciada também por expectativas de novos estímulos na China após números fracos sobre a indústria na segunda maior economia do mundo.
A atividade na indústria nos
EUA contraiu em novembro pela primeira vez em 36 meses, pressionada pela alta
do dólar e por cortes de gastos no setor de energia, segundo dado do Instituto
de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês).
Ativos de países emergentes,
que oferecem rendimentos elevados, seriam beneficiados se o Fed não elevar os
juros em dezembro.
Os volumes de negócios no
mercado brasileiro foram limitados e a volatilidade continuava alta, com
investidores evitando fazer grandes operações antes de importantes eventos
políticos no Brasil
"O mercado está bastante
cauteloso em um cenário de forte volatilidade, esperando novas notícias vindas
do Congresso", resumiu o operador José Carlos Amado, da corretora
Spinelli.
O Conselho de Ética votava
nesta tarde em caráter preliminar o processo contra o presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e que pode resultar na sua cassação. Novas
denúncias contra ele alimentaram preocupações de que possa reagir apoiando a
abertura de eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma
Rousseff, aumentando ainda mais a incerteza política.
Mais tarde, às 19h, o
Congresso deve votar a nova meta de resultado fiscal do governo para 2015, após
adiar a apreciação do tema na semana passada depois da prisão do ex-líder do
governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS). Investidores temem que a
turbulência política signifique que o governo enfrentará mais dificuldades para
aprovar medidas de ajuste fiscal no Congresso.
Também contribuiu para o
alívio no mercado local de câmbio a atuação do Banco Central, que realizou
nesta tarde leilão de venda de até 500 milhões de dólares com compromisso de
recompra. Segundo a assessoria de imprensa da autoridade monetária, a operação
não tem como objetivo rolar contratos já existentes.
Além disso, o BC deu início à
rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, sinalizando que deve repor
integralmente os contratos equivalentes a venda futura de dólares.
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