Segundo advogado responsável
pela ação, a bala fica travada e a arma não dispara (Foto: G1/RN)
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Um grupo de agentes
penitenciários de Apodi, cidade do Oeste do Rio Grande do Norte, está
processando a maior fabricante de armas do Brasil – a Taurus. Segundo um agente
que não quis ser identificado, as pistolas não disparam. "Precisei fazer
uma intervenção e a arma não disparou. Minha vida está em risco", relatou.
Em reportagem exibida no
programa Fantástico, a Taurus afirmou ter conhecimento de algumas ações
judiciais nas quais são alegados problemas com armamentos Taurus no Brasil, mas
nega a existência de falhas ou defeitos nos mecanismos de funcionamento e
segurança das armas. "Ressaltamos que não foi encontrado qualquer defeito
específico em nenhum modelo de armas produzidas pela Taurus, segundo perícias
realizadas até o momento dentro das normas técnicas aplicáveis", afirmou a
fabricante.
Segundo o advogado Jorge
Ricard Jales Gomes, responsável pela ação, o processo foi protocolado na
Comarca de Apodi na última quinta-feira (2). “Estamos esperando o primeiro
despacho do juiz, que é a marcação da audiência para que a Taurus de
manifeste”, explicou. “Temos perícia e testemunhas que provam o problema que
estamos relatando. A bala fica travada na arma e não atira", afirmou.
'Vítimas da Taurus'
A quantidade de acidentes e
incidentes, alguns bem mais graves que o relatado no RN, motivou a criação da
página 'Vítimas da Taurus'. Fica no Facebook, onde as situações são expostas
para pressionar a fabricante. Os policiais cobram providências em nível
nacional.
O Fantástico exibiu resultados
de um teste realizado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, em 2016, para
avaliar a eficiência das armas da Taurus em um lote adquirido em 2013. Das 55
pistolas examinadas, 36 tiveram problemas, sendo 20 da PT 940, que apresentaram
pelo menos uma falha, e outras 16 da PT 840, que teve 16 reprovadas.
Segundo o agente penitenciário
do RN que não quis ser identificado, o trabalho já é arriscado e fica ainda
mais difícil com a falha do armamento. "Põe em risco a minha vida. Ela tem
um defeito que trava e impede a minha ação, mas também pode disparar a qualquer
momento. É uma bomba relógio", lamenta.
As armas dos sete agentes que
entraram com a ação foram compradas para uso pessoal, mas a empresa detém, pela
lei nº 12.598/2012, o direito, quase que exclusivo, de fomentar o mercado de
armas das polícias brasileiras. "Vamos acionar também o Ministério Público
para essa questão", destacou o advogado Jorge Ricard.
Na ação, os agentes pedem o
ressarcimento sobre o valor atualizado das pistolas, do modelo PT638, que podem
custar até R$ 4,5 mil. "A indenização pode chegar a R$ 6 mil, pois tem
também o risco de vida que esses homens correm", explicou Ricard.
G1RN
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