O programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (Pnud) divulgou nesta terça-feira (21) o Relatório de
Desenvolvimento Humano (RDH), e o Brasil se manteve no 79º lugar no ranking que
abrange 188 países, do mais ao menos desenvolvido. O relatório foi elaborado em
2016 e tem como base os dados de 2015.
O IDH é um índice medido
anualmente pela ONU e utiliza indicadores de renda, saúde e educação (entenda a
metodologia ao final desta reportagem).
O ranking mundial de
desenvolvimento humano dos países apresenta o índice de cada nação, que varia
de 0 a 1 – quanto mais próximo de um, mais desenvolvido é o país. No RDH
divulgado nesta terça, o Brasil registrou IDH de 0,754, mesmo índice que havia
sido registrado em 2014.
Conforme o relatório da Pnud,
esta foi a primeira vez desde 2010 que o IDH do Brasil se manteve no mesmo
patamar:
A ONU divide os países entre
os que têm o desenvolvimento humano “muito alto”, “alto”, “médio” e “baixo”.
Veja na imagem abaixo quais
países ocupam os primeiros lugares no ranking mundial de IDH; os que estão
próximos à faixa do Brasil; e os que ocupam os últimos lugares no ranking (na
sequência, saiba mais sobre o IDH dos países vizinhos; e os índices do Brasil
para educação e desigualdade):
América Latina
Na América do Sul, alguns
países vizinhos ao Brasil apresentaram índices de desenvolvimento humano
melhores.
O Chile, por exemplo, ficou em
38º lugar, com IDH 0,847; a Argentina, em 45º lugar (IDH 0,827); o Uruguai, em
54º lugar (IDH 0,795); e a Venezuela, em 71º lugar (IDH 0,767).
No Mercosul, o único abaixo do
Brasil no ranking é o Paraguai, no 110º lugar (IDH 0,693). O país se enquadra
naqueles com desenvolvimento humano “médio”, segundo a ONU. Outros países
vizinhos, como Equador (IDH 0,739) e Colômbia (IDH 0,727), ficaram nas posições
89 e 95, respectivamente.
Na América Central, também há
países melhores classificados do que o Brasil. Cuba, por exemplo, está no 68º
lugar (IDH 0,775); Trinidad e Tobago, no 65º lugar (IDH 0,780); e Barbados, na
54ª posição (IDH 0,795).
Brics
Entre os Brics, grupo formado
por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o país está atrás somente da
Rússia, no 49º lugar (IDH 0,804).
Na sequência, entre os países
do grupo, aparecem China, no 90º lugar (IDH 0,738, excluída Hong Kong); África
do Sul, na 119ª posição (IDH 0,666); e Índia, no 131º lugar (IDH 0,624).
Desigualdade
Ao elaborar o Relatório de
Desenvolvimento Humano, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
também divulga o “IDH ajustado à desigualdade”.
Nem todos os países têm esse
índice medido pela ONU. No caso do Brasil, o Pnud afirma que, se for levado em
conta o “IDH ajustado à desigualdade”, o índice de desenvolvimento humano do
país cairia de 0,754 para 0,561 e o Brasil cairia 19 posições no ranking
mundial. Países vizinhos como Argentina e Uruguai também perderiam posições, 6
e 7, respectivamente.
Entre os 20 primeiros países
do ranking, classificados entre as nações com desenvolvimento humano “muito
alto”, somente Países Baixos, Islândia, Suécia e Luxemburgo ganhariam posições,
se levada em conta a desigualdade social. Estados Unidos, Dinamarca e Israel,
por exemplo, cairiam.
Escolaridade e expectativa de
vida
Um dos itens que compõem o IDH
é a expectativa de anos de estudo dos cidadãos. De 2010 a 2013, esse número
subiu de 14 anos para 15,2 anos, mas, desde então, não aumentou, se mantendo o
mesmo em 2014 e em 2015.
A média de anos de estudo, por
outro lado, manteve neste ano a trajetória de crescimento que vem sendo
registrada desde 2010. Naquele ano, eram 6,9 anos. O número, então, subiu para
7,2 anos em 2012 e para 7,7 anos em 2014, por exemplo, chegando a 7,8 anos em
2015. A média brasileira, porém, está abaixo das registradas no Mercosul e nos
Brics.
Outro idem levado em conta na
composição do IDH é a expectativa de vida ao nascer. Segundo o relatório
divulgado nesta terça, a expectativa dos brasileiros manteve a trajetória de
crescimento dos últimos. De 2014 para 2015, o índice subiu de 74,5 anos para
74,7 anos.
Desde 2010, o número tem
subido. Naquele ano, eram 73,3 anos, depois, em 2011, passou para 73,6 anos;
73,9 anos (2012); e 74,2 anos (2013).
Metodologia
De acordo com a ONU, o Índice
de Desenvolvimento Humano leva em consideração três fatores:
Saúde (expectativa de vida);
Conhecimento (média de anos de
estudo e os anos esperados de escolaridade);
Padrão de vida (renda nacional
bruta per capita).
Para formular o IDH, o Pnud
informou que não coleta dados com os países analisados, mas, sim, checa bases
de dados internacionais, como da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da
Organização Internacional do Trabalho (OIT).
De acordo com as Nações
Unidas, é comum, após a divulgação do IDH, países reivindicarem melhores
avaliações conforme dados próprios, contrariando o “princípio de independência”
que o Pnud defende para o ranking mundial.
O IDH divulgado nesta terça
foi elaborado em 2016 com base nos dados de 2015. O relatório do Pnud abrange
188 posições (no caso da China, o IDH de Hong Kong é divulgado em separado).
Segundo a ONU, o índice foi
criado como uma forma de se contrapor ao critério de desenvolvimento de um país
tendo como base somente o resultado de crescimento econômico, medido pelo
Produto Interno Bruto (PIB).
O organismo internacional diz
que outros critérios, como acesso à educação e expectativa de vida, também
devem ser usados para medir o desenvolvimento de um país.
G1
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