“Estamos em um cenário novo do ponto de vista da dinâmica da pandemia. É novo porque temos uma taxa de vacinação que se amplia a cada dia, e que tem proporcionado a proteção da vida. A maior parte dos óbitos vem acontecendo entre os não vacinados. Também observamos a presença da variante Delta, que tem produzido em alguns países um maior número de casos. Não sabemos como isso afetará o Brasil, mas não devemos ter otimismo exagerado como guia. Estamos em um cenário que a observação da evolução dos indicadores é que vai nos dar pistas sobre como enfrentar a epidemia nesses próximos dois meses do ano”, disse ele em entrevista ao Bom dia RN, da Inter TV Cabugi.
“A pandemia tem seguido ciclos e o ano de 2021 vem sendo uma réplica de 2020. Em outubro de 2020, estávamos com 191 pacientes internados. Hoje, temos 186 pacientes internados. Portanto, há uma simetria que que nos aconselha muita prudência porque o número de casos começou a aumentar no ano passado durante o último trimestre que se prolongou no ano seguinte com uma explosão de casos no primeiro e segundo trimestre de 2021. Precisamos de prudência na gestão, estamos em um enfrentamento com bons resultados mas não podemos baixar a guarda”, relembrou.
“Novembro e dezembro vão definir rumos para a epidemia. Foi no último trimestre do ano passado que começaram a ocorrer os repiques. Portanto, o que será de novembro? Se novembro quebrar essa similaridade que a gente tem constatado entre 2020 e 2021, será uma excelente notícia para 2022”, frisou o pesquisador.
Ion de Andrade acredita que é cedo para desobrigar o uso das máscaras de proteção. “O que será de novembro e dezembro? A gente ainda não tem uma resposta. Acho que a gente precisa esperar esses meses terem expresso os perfis epidemiológicos, para que passos adiantes sejam tomados. No momento, devemos esperar o que vai acontecer em novembro para continuar essa discussão do que fazer nos próximos passos”, disse.
Recentemente, o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da UFRN anunciou que vai recomendar à Secretaria de Estado da Saúde Pública que flexibilize o uso de máscaras em locais abertos quando 70% da população adulta do Rio Grande do Norte estiver vacinada com as duas doses, o que deve acontecer na primeira semana de novembro. O estado vive um período de aumento de casos de Covid e também no número de pessoas internadas com a doença. Por esses motivos, a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) diz que ainda é cedo para pensar em flexibilização.
Mesmo com o aumento de casos, o RN fechou outubro com 55 mortes por Covid-19 – o mês com menor número de óbitos causados pela doença desde abril de 2020.
Pacto pela Vida
Uma nota conjunta assinada por gestores estaduais, municipais, Ministérios Públicos e a Defensoria Pública do RN pede que a população complete o esquema vacinal e mantenha cuidados para prevenir a doença.
De acordo com a Secretaria de Saúde Pública, o estado rem registrado alterações do mapa do indicador composto usado para acompanhar a situação epidemiológica no estado.
“O indicador composto, parâmetro utilizado para dar cor ao mapa do RN tem mostrado o Estado mais amarelo e isso é um sinal de alerta para todos os potiguares. Além disso, está havendo, dia a dia, aumento da taxa de ocupação e do número de solicitações por leitos críticos no Regula RN”, informou o governo ao definir a retomada do “Pacto pela Vida”.
A nota conjunta divulgada pelos órgãos ressalta a importância da manutenção dos protocolos sanitários e a importância da completude do esquema vacinal.
AgoraRN
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