SUPERMERCADO J. EDILSON: O MELHOR PREÇO DA REGIÃO - Ligue: 3531 2502 - 9967 5060 - 9196 3723

SUPERMERCADO J. EDILSON: O MELHOR PREÇO DA REGIÃO - Ligue: 3531 2502 - 9967 5060 - 9196 3723

sábado, 23 de abril de 2022

Golpes pela internet crescem no Rio Grande do Norte

O Rio Grande do Norte registrou aumento de 1,5% no número de estelionatos, se comparados o primeiro trimestre de 2021 (4.098) com igual período deste ano (4.160), de acordo a Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (Coine), órgão da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social. No âmbito dos crimes, no entanto, um dado chama atenção: o de golpes virtuais. Segundo a Coine, a Polícia Civil registrou cinco ocorrências do tipo entre janeiro e abril do ano passado. Já entre o começo de 2022 e o último dia 8 de abril, foram contabilizados 100 crimes decorrentes de golpes pela internet.

 

Neste caso, o aumento é de 1.900%. A Polícia Civil disse que a principal causa do crescimento é a massificação do uso da internet e do comércio eletrônico, fator que ganhou força à medida em que a pandemia se prolongava e que se manteve mesmo após o arrefecimento da crise sanitária.

 

Além disso, segundo a Polícia, o maior acesso da população aos serviços da delegacia virtual da PCRN (criada em dezembro de 2020 e ampliada no ano passado), facilitou o registro das ocorrências e ocasionou a diminuição de subnotificações de casos de um ano para o outro.

“Com a facilitação no registro dos crimes sem que as pessoas precisem sair de casa (através da ampliação dos serviços da delegacia virtual), consequentemente houve uma diminuição da subnotificação. As pessoas, por motivos diversos, deixavam de se deslocar até uma delegacia para registrar o crime do qual foi vítima”, explicou a Polícia Civil. Os números da Coine indicam que, a partir de maio do ano passado, os registros de golpes virtuais começaram a crescer. 

 

Novembro foi o mês com mais notificações (33). No acumulado do ano, foram 108 casos registrados, apenas oito notificações a mais dos registros desses primeiros meses de 2022, cujo destaque é janeiro, com 36 notificações.

 

O delegado Alexandro Gomes, da Delegacia de Falsificações e Defraudações de Natal (DEFD), disse que, desde o início da pandemia, os casos de estelionato apresentaram mudanças, puxadas  exatamente por golpes em ambientes virtuais. As principai são crimes em plataformas de vendas, com criação de sites e anúncios falsos. Depois, vêm as situações que envolvem vendas em redes sociais, provocadas pelo aumento da utilização dessas plataformas. 

 

A mãe da servidora pública Carla Salviano é uma das vítimas dos chamados golpes virtuais. O prejuízo foi de quase R$ 24 mil. Carla conta que, no dia 23 de março passado, a mãe recebeu uma mensagem de WhatsApp de alguém que se dizia filho dela. A pessoa afirmou que teve o celular danificado e que precisaria fazer um depósito via pix no valor de R$ 4.997. Por isso, pediu que a mãe de Carla fizesse essa transferência. Acreditando se tratar do filho, a mulher, de 74 anos, atendeu ao pedido.

 

“Seis minutos depois, outra mensagem foi enviada para a minha mãe, pedindo um valor de R$ 19 mil para a troca de um carro. Ela, que estava à procura de um veículo, de pronto, repassou o valor, convicta de que seria para dar entrada em um carro. Minha mãe pensou que meu irmão faria uma surpresa para ela”, detalha Carla. “Após os depósitos, meu filho perguntou  se ela havia ligado para o meu irmão a fim de confirmar a necessidade dos depósitos. E aí, os dois perceberam que se tratava de um golpe”, acrescenta.

 

Carla conta que foi informada da situação e procurou a agência bancária 20 minutos depois. Ao chegar lá, recebeu a informação de que a conta onde os depósitos foram feitos estava bloqueada. Ela foi orientada a fazer uma carta de próprio punho solicitando o reembolso, que foi indeferido pelo banco depois. A servidora disse que registrou um boletim de ocorrência e procurou um advogado para judicializar a questão.

 

Compras em redes sociais fazem vítimas

Em novembro do ano passado, a servidora pública Renata Santos, de 35 anos, decidiu procurar vestidos para a festa de aniversário de um ano da filha, que aconteceria no último dia 27 de março. Após uma busca no Instagram, Renata encontrou uma loja (Magazine Rendas) e entendeu, pelas publicações, que algumas pessoas conhecidas já haviam comprado na página. 

 

“Iniciei uma conversa pelo WhatsApp e a gente desenvolveu uma negociação. Os preços das duas peças chegariam a R$ 5 mil, mas ela me ofereceu uma promoção de Black Friday e os valores ficaram por R$ 3 mil. Dei uma entrada de R$ 1 mil e fiquei de parcelar o restante em quatro vezes, de R$ 500 mil cada”, conta Renata.

 

Em fevereiro, durante uma reunião com a cerimonialista da festa da filha, a servidora pública comentou que havia encomendado os vestidos à Magazine Rendas e foi alertada de que não receberia as peças. “Minha cerimonialista disse que a mulher que se dizia responsável pela loja vinha dando calotes no mercado há tempos. Eu fiquei apavorada.  Sugeri a ela que, se me entregasse o quanto antes os vestidos, eu lhe daria uma bonificação”, relata.

 

Após isso, longas conversas foram trocadas via WhatsApp e a provável dona da loja sempre mantinha a promessa de entregar as peças, cuja previsão era para o dia 20 de março. Mas, a partir de fevereiro, Renata conta que a mulher começou a demorar a responder suas mensagens. “Então, decidi abrir o jogo e contei que sabia de tudo o que ela vinha fazendo. Tivemos uma discussão bem acirrada e ela parou de me responder”, comenta.

 

Após a interferência do esposo de Renata, a troca de mensagens entre as duas foi retomada. Renata propôs, inclusive, ir à casa da responsável pela loja, na zona Norte, a qual respondeu que estava em Parnamirim e não poderia receber a cliente.

 

No dia 22 de março, Renata conta que aguardou até 23h, na esperança de receber a encomenda, mas a mulher não apareceu. A servidora pública decidiu, então, procurar a imprensa e registrou um Boletim de Ocorrência. Após o golpe, Renata descobriu que, pelo menos 22 outras pessoas foram vítimas da mulher. 

 

A jornalista Karla Burgoa, de 24 anos, também foi vítima de um golpe ao tentar trocar de câmara fotográfica. As negociações começaram na OLX, foram parar em um grupo de Facebook e depois migraram para o WhatsApp. 

 

Karla conta que a pessoa, aparentemente um homem, se apresentou dizendo que a esposa – que seria fotógrafa – precisava vender a câmera para pagar algumas contas, já que ambos estavam desempregados e corriam risco de despejo.

 

“Ele disse que precisaria efetuar a venda rapidamente. Fiquei até comovida com a situação, já que era o instrumento de trabalho da esposa dele que estava à venda”, descreve.

 

Karla avisou que já estava com o dinheiro para comprar o equipamento. “Começamos a negociar e ficou combinado que eu enviaria R$ 800, inicialmente e, quando a câmera chegasse, eu pagaria o restante. Ele me mandou foto do equipamento, do número da conta onde o dinheiro deveria ser depositado e até do RG da esposa. Fiquei um pouco receosa e depositei somente R$ 700”, relata em seguida.

 

O combinado, segundo a jornalista, era encaminhar o produto pelos Correios. À tarde, após o pagamento, o homem enviou um comprovante de envio da câmera para ela, mas o produto retornou para o destino inicial – São Paulo – uma semana depois de ser encaminhado para Natal. 

 

“Depois disso, mandei mensagens para ele, mas não houve respostas. Nos Correios, a funcionária identificou, que o produto enviado não era uma câmera, por causa do código, que difere de acordo com a mercadoria. Tratava-se, na verdade, de uma carta. Ele adulterou os números para que o produto fosse enviado como uma câmera e mandou a mercadoria para um endereço inexistente. Por isso, o produto voltou”, relata a jornalista, que optou por não registrar queixa na polícia.

 

A Polícia Civil informou que atua coibindo crimes virtuais com  investigações por meio dos Distritos Policiais - quando o prejuízo é inferior a 30 salários mínimos - e por meio da DEFD, quando o prejuízo é superior a 30 salários mínimos. Além disso, a Instituição trabalha com  disseminação de dicas, nas próprias redes sociais.

 

“Para se proteger desse tipo de situação, os usuários devem pesquisar a reputação das lojas virtuais em sites especializados (como o Reclame Aqui), prestar atenção no contexto em que a pessoa recebe mensagens (contatar o gerente do banco ou o parente para saber se a mensagem recebida é verídica). Também é possível tomar cuidados como escolher senhas fortes em suas contas virtuais e fazer a dupla autenticação do Whatsapp para não cair no golpe da clonagem desse app”, explica Alexandro Gomes, da DEFD


Tribuna do Norte 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Reflita, analise e comente