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quinta-feira, 31 de março de 2022

Filha mantida em cárcere por 8 anos pelo pai conta detalhes sobre o crime no RN: “isso não é amor”

A Polícia Civil prendeu um homem de 50 anos suspeito de cometer uma série de crimes contra a esposa e os filhos. O caso, registrado em Nísia Floresta (RN) – Região Metropolitana de Natal, foi revelado nessa terça-feira 29. O crime chocou vários potiguares devido a história da filha, que passou oito anos em cárcere privado, sem poder sair de casa nem para ir à escola. As informações são da TV Tropical.

 

“Ainda estou sem acreditar. Porque era uma coisa que parecia que não iria ter fim. Ainda não caiu a ficha. Mudou toda a visão que a gente tinha, que a gente via só naquela casa. Só em ter um pouco mais de liberdade, é muito diferente”, falou a jovem proibida de estudar desde 2015. O homem justificou que não tinha condições de pagar uma escola e nem queria matricular a filha em uma instituição pública.

 

“Em 2015, eu parei de estudar, que ele não deixou eu continuar o estudo. Ele dizia que não tinha dinheiro para pagar a escola particular e ele não quis me botar na pública. Não me deixou concluir os estudos. Eu até tentei fazer supletivo, mas nem identidade eu tinha. Tinha que ir com ele, sempre era estresse. A gente não podia ir só. Isso não é amor”, contou.

A denúncia foi feita por outro filho, que presenciou cenas de agressões dentro de casa. “Havia tido uma discussão no quarto. Eles iam dormir na hora e aí o quarto estava fechado e eu ouvi um barulho da minha mãe gritando. ‘Você está me batendo, você está me batendo’. Eu ouvia um barulho de alguém sendo enforcado, foi o que eu identifiquei na hora”, disse.

 

O rapaz contou que não aguentou mais ver a situação e precisou intervir. “Eu estava na sala e entrei no quarto. Apartei e bati nele. Ele arranhou meu rosto. Eu defendi minha mãe”, disse. Após o episódio, ele pegou o celular de uma amiga emprestado e acionou a Polícia Militar, que foram até o local e prenderam o pai.

 

“Ele me colocou para fora de casa. Eu arrumei minhas malas. Ele não deixou nem eu levar meu celular, porque eu ia ligar pro 190. Minha mãe pediu para eu ligar. Eu saí e fui para uma conhecida minha. Ela emprestou o celular, eu liguei para a polícia, que chegou. Ele agiu como se nada tivesse acontecido. Eu nervoso nem apareci na hora. Fiquei na esquina passando mal”, pontuou.

 

“Ele não foi um bom pai. Ele foi um pai omisso, violento, principalmente a agressão, que na minha vida, ele me agrediu algumas vezes. Acho que a questão que mais pesa, em toda a minha vida, é o psicológico, que sempre foi uma coisa muito difícil. Eu ia para os lugares e tinha aquele medo de voltar para casa”, completou.

 

O responsável pelo caso é o delegado Júlio Costa, titular da delegacia de Nísia Floresta. “Ela só podia se deslocar do quarto para a cozinha para se alimentar, nem acesso ao terraço do imóvel ela tinha. Situação muito grave”, destacou.

 

O pai foi autuado por lesão corporal e ameaça contra a esposa e por cárcere privado. “Essa vítima está sem cor, branca, por estar há dois anos sem tomar sol. Ela fala muito baixo. Não tem contato com o mundo exterior É uma debilidade muito grande. É um caso chocante”, disse.

 

Costa acrescentou ainda que o pai vai aguardar o desenrolar das investigações preso e à disposição da Justiça. “Isso é muito bom porque se esse indicado retornar para casa existe a tendência de praticar um crime mais grave, podendo até matar um familiar”, concluiu.


AgoraRN

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