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Eduardo Cunha chega à Câmara
dos Deputados - Ailton de Freitas / Agência O Globo
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O presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), adiou para o início da tarde de amanhã, terça-feira, a
formação da comissão especial que irá analisar o pedido de impeachment da presidente
Dilma Rousseff. O adiamento fará com que a instalação da comissão ocorra perto
do horário previsto para que a sessão do Conselho de Ética finalmente vote o
relatório pela admissibilidade do processo de cassação do mandato de Cunha,
marcada para 14h.
Em repudio à decisão anunciada
por Cunha, o líder do PT, Siba machado (AC) deixou a reunião de líderes.
Segundo ele, o processo começa contaminado. Na semana passada, diz Sibá, a
sessão tinha sido marcada para hoje e o combinado foi de que os líderes fariam
as indicações.
— Isso arrebenta qualquer
relação, não é razoável dentro do campo democrático. Ele está mudando os prazos
e permitindo a formação de chapa alternativa, isso pode fomentar a briga
interna nas bancadas. Discordo disso é não vou assistir e assinar isso — disse
Sibá ao deixar a reunião:
— Isso contamina o processo.
Vou discutir e ver o que fazer. Estão fazendo isso para criar problema. Temos
que conversar tudo de novo. Temos uma guerra e vamos para ela de qualquer
jeito. Mas não vou concordar com isso.
CONSELHO DE ÉTICA
Caso a instalação ocorra de
fato amanhã, isso pode inviabilizar a votação no Conselho de Ética e adiar,
mais uma vez, uma decisão sobre o processo contra Cunha. Há ao menos três
semanas aliados do presidente da Câmara conseguem, com manobras, protelar a
análise do relatório no colegiado.
Além de ajudar Cunha,
defensores do impeachment se posicionaram favoravelmente ao adiamento por
outros motivos. Acreditam que conseguirão, até lá, construir um consenso sobre
a presidência e a relatoria na comissão especial para que sejam representantes
com posicionamento mais "independente", que não sejam deputados
automaticamente alinhados ao Palácio do Planalto.
Além disso, o grupo dentro do
PMDB que é contrário à presidente Dilma Rousseff está articulando a construção
de uma chapa alternativa para disputar as vagas a que o partido tem direito
dentro da comissão do impeachment. A ideia é evitar que os nomes indicados pelo
partido sejam todos alinhados com o Planalto. Isso poderia provocar uma
reviravolta na contagem de apoios do Palácio do Planalto.
— Se for uma chapa branca,
vamos para a guerra — explicou Osmar Terra (RS).
O Globo
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