A Tocha Paralímpica vai
percorrer seis cidades nas cinco regiões do país entre 1º e 7 de setembro,
anunciou hoje (11) o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de
2016. O percurso vai passar por Belém, Natal, Brasília, Joinville e São Paulo
antes de chegar ao Rio de Janeiro, onde a competição começa em 7 de setembro.
O diretor de Cerimônias da Rio
2016, Leonardo Caetano, explicou que a definição do trajeto levou em
consideração a relevância das cidades para o movimento paralímpico, a
existência de estrutura para treinamento e também se há atletas de destaque que
nasceram na região.
Ao todo, 700 pessoas vão
carregar a tocha, cada uma por 200 metros. O revezamento será patrocinado pelo
Bradesco, a Claro e a Nissan.
A tocha paralímpica tem forma
semelhante à olímpica, e, segundo o designer que assina o projeto, Gustavo
Chelles, isso se dá porque os conceitos foram criados em conjunto para
reproduzir os valores olímpico e paralímpico."Não é uma tocha olímpica pintada
de uma cor diferente. Fizemos as duas juntas".
Uma equipe de oito designers
trabalhou no projeto por 20 dias em 2014, até que ele fosse inscrito no
concurso, que contou com 76 concorrentes. Segundo o Comitê Organizador, a tocha
foi escolhida por unanimidade e agora 15 mil unidades estão sendo produzidas
para o revezamento e a distribuição.
Pelo tato, é possível
identificar na tocha formas como as ondas do mar, o desenho do Calçadão de
Copacabana e as curvas famosas do relevo carioca, como a Pedra da Gávea e o
Morro Dois Irmãos. Uma diferença entre as duas tochas é a cor: a olímpica tem
detalhes em azul e verde, a paralímpica tem as cores laranja e vermelha, que,
de acordo com a diretora de marcas da Rio 2016, Beth Lula, significam
determinação.
Além das formas táteis, a
tocha traz escrito em braille os valores paralímpicos: coragem, determinação,
inspiração e igualdade.
Na apresentação, o nadador e
hexacampeão paralímpico Clodaldo Silva, que carregou a tocha nos jogos de
Londres, em 2012, e também no Pan do Rio de Janeiro, em 2007, disse que o
momento do revezamento é emocionante e pediu que ele seja aproveitado para
incentivar políticas de acessibilidade no país. Nascido em Natal, ele sugeriu
que a tocha passe pelo bairro de Mãe Luiza, na periferia, onde nasceu. "É
um bairro mais conhecido pela criminalidade e violência, e a tocha tem essa
missão de unir as pessoas", disse ele.
Segundo a organização dos
jogos, o percurso nas cidades escolhidas ainda está sendo definido, assim como
as 700 pessoas que participarão do revezamento. Parte dessas vagas será
definida pelos patrocinadores.
O presidente do Comitê
Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, aproveitou a apresentação da tocha para
convocar os brasileiros a prestigiar o revezamento e os atletas durante a
competição. "A gente quer conectar todo o
Brasil. Conectar os 200 milhões de brasileiros aos atletas".
O prefeito do Rio de Janeiro,
Eduardo Paes, participou da abertura do evento e reconheceu que a cidade tem
problemas de acessibilidade, ao referir-se ao Rio como "um exemplo do mau
exemplo que o Brasil é na acessibilidade. É algo que nos envergonha a
todos".
Para o prefeito, que está no
penúltimo ano de seu segundo mandato, a passagem da tocha também é uma chance
de evidenciar esses problemas e reivindicar políticas públicas.
Agência Brasil
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