No Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta
quarta-feira (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai oficializar o
envio de um projeto de lei para promover igualdade salarial entre homens e
mulheres que exercem a mesma função. O texto prevê medidas para que empresas
tenham mais transparência remuneratória e para ampliar a fiscalização e o
combate à discriminação salarial.
A comemoração do Dia Internacional da Mulher será marcada
pelo anúncio de uma série de ações do governo federal que incidem diretamente
na garantia de direitos das mulheres. O evento em que serão oficializadas essas
iniciativas será às 11h de hoje, no Palácio do Planalto, em Brasília, e terá a
presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da ministra das Mulheres,
Cida Gonçalves, além de representantes de mais 19 ministérios, do Banco do
Brasil, da Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES).
Informações sobre o projeto para igualar salários não foram detalhadas, mas ele deve mexer na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A reforma trabalhista, aprovada em 2018, chegou a inserir um dispositivo que estabelece multa para empresas que pagarem salários diferentes para homens e mulheres que exerçam a mesma função, mas a punição é considerada pequena, o que acaba estimulando a desigualdade.
Em 2021, na gestão de Jair Bolsonaro, o Palácio do Planalto
chegou a devolver ao Congresso Nacional um projeto de lei, que estava pronto
para sanção, e aumentava a multa no valor correspondente a cinco vezes a
diferença salarial paga pelo empregador. O projeto, desde então, ficou parado
na Câmara dos Deputados.
Outro texto em análise na Câmara é o Projeto de Lei (PL)
111/23, apresentado neste ano, que torna obrigatória a equiparação salarial
entre homens e mulheres que desempenham funções ou ocupam cargos idênticos. A
proposta é de autoria da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
Em 2019, uma pesquisa Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) mostrou que as mulheres ganham menos do que os homens em
todas as ocupações analisadas. Mesmo com uma queda na desigualdade salarial
entre 2012 e 2018, as trabalhadoras ganham, em média, 20,5% menos que os homens
no país.
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