A Associação do Delegados da
Polícia Civil divulgou Nota esta quinta-feira (23) rebatendo as denúncias
feitas contra o diretor de policiamento da Grande Natal, Odilon Teodósio, e
outro dois.
No documento, a diretoria da
Adepol critica o SBT e lamenta profundamente o incidente que, para a Associação,
termina por abalar ainda mais a já fragilizada credibilidade das Instituições
de Segurança Pública.
A ASSOCIAÇÃO DOS
DELEGADOS DE POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - ADEPOL/RN, por
intermédio de sua diretoria, em face de reportagens recentes expondo denúncias
contra delegados e a situação de descalabro da segurança pública no RN, vem a
público se manifestar sobre tais fatos, da forma como segue abaixo:
I – As matérias veiculadas nos
dias 21 e 22 de janeiro de 2014, por intermédio de uma emissora de televisão,
em rede nacional, noticiam não apenas o abandono dos órgãos de segurança no
Estado do RN, mas também a utilização indevida de viaturas para fins
particulares por parte de Delegados da Policia Civil.
III - Não obstante a maior ou
menor gravidade das notícias veiculadas e que expõem as imagens de
profissionais da segurança que detém ficha e histórico funcional livres de
qualquer mácula, o artifício do sensacionalismo promove o linchamento público
de policiais que ao longo de suas carreiras sempre fizeram o seu melhor. Tais
matérias se prestam a chocar e encharcar ainda mais o circo dos horrores que se
acampa na Segurança Pública deste Estado, sem previsão de quando fechará suas
cortinas.
IV – Num país onde jatos da FAB
são usados para fins pessoais, onde centenas de milhões de reais são gastos
para construção de arenas romanas, onde o festejo ao pão e circo é patente,
cumpre-nos esperar que surjam soluções para o precário aparato da Segurança
Pública mostrado na reportagem, que se mostrou ofuscado pelas denúncias de uso
indevido de viaturas, restando evidente o viés desmoralizador, direcionado aos
Delegados expostos , tratados como se fossem verdadeiros vilões, omitindo-se
convenientemente todo o bom trabalho que vinham fazendo até então pela Polícia
Civil e pelo povo do Rio Grande do Norte.
V - Não defendemos absolvições
graciosas, se provado o erro que haja a responsabilização, para tal mister
existem órgãos competentes e legalmente constituídos para análise e julgamento,
os quais já foram acionados e deram entrada nos trâmites legais para apuração
integral dos fatos, em todas as circunstânci
as, tenham elas sido mostradas na
reportagem ou não. Não obstante, pares e familiares que reconhecem nos
Delegados apontados nas reportagens, os cidadãos e bons profissionais que são,
lastimam o ocorrido, todavia, esperam que tantos trabalhos importantes por eles
realizados e nunca noticiados , não sejam esquecidos por uma denúncia ainda em
fase embrionária.
VI - O dever de informar é
compatível com o princípio da presunção de inocência. Antes de expor à
execração pública reputações de profissionais em cujas fichas funcionais não
constam qualquer registro desabonador, não seria o caso de se levar os fatos ao
conhecimento da Corregedoria, Polícia Judiciária e do Ministério Público e
cobrar sua devida apuração, para, em caso de omissão, só então levar à público,
sem assim se correr o risco de uma desmoralização gratuita e irresponsável?
VII- Lamenta-se a propagação
midiática das notícias em foco eis que tais malabarismos parecem se prestar a
outros fins. No mundo real, as denúncias, se comprovadas, por mais graves que
sejam ou pareçam, haverão de contar com as devidas apurações e subsequentes
punições legalmente previstas para os respectivos ilícitos. Ao profissional,
punido ou absolvido ao final, cabe juntar os cacos do mosaico emocional e
prosseguir na luta, no afã de que não se perpetue a negativa referência, ao
longo de sua carreira, com base em um episódio isolado.
VIII - Já dizia Joaquim Falcão
no texto "A imprensa e a Justiça" - Jornal O Globo, junho de 1993:
"Ser o que não se é, é errado. Imprensa não é justiça. Esta relação é um
remendo. Um desvio institucional. Jornal não é fórum. Repórter não é juiz. Nem
editor é desembargador. E quando, por acaso, acreditam ser, transformam a
dignidade da informação na arrogância da autoridade que não têm. Não raramente,
hoje, alguns jornais, ao divulgarem a denúncia alheia, acusam sem apurar.
Processam sem ouvir. Colocam o réu, sem defesa, na prisão da opinião pública.
Enfim, condenam sem julgar."
VI - A ADEPOL-RN, lamenta
profundamente o incidente que, aliás, por sua natureza, termina por abalar
ainda mais a já fragilizada credibilidade das Instituições de Segurança
Pública, permanecendo, todavia, confiante de que a verdade dos fatos haverá de
se revelar através da devida apuração dos fatos.
No minuto
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