Mais um preso maranhense foi
encontrado morto no interior do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São
Luís (MA). O corpo foi localizado, na manhã de hoje (21), na Central de
Custódia de Presos de Justiça (CCPJ), mesma unidade onde na última quinta-feira
(16) policiais militares impediram uma rebelião.
Em nota, a Secretaria de
Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) informou que Jô de Souza Nojosa
foi encontrado no início desta manhã. Análise preliminar aponta que ele morreu
por enforcamento, provavelmente provocado com o uso de uma "teresa" -
corda feita com o entrelaçamento de diversos panos ou tecidos desfiados.
Somente após a equipe do Instituto de Criminalística concluir a perícia será
possível apontar as circunstâncias da morte. A secretaria não revelou o crime
pelo qual Nojosa foi condenado.
Este é o terceiro detento
encontrado morto no interior do complexo penitenciário, o maior do estado e
local de onde, segundo as próprias autoridades estaduais, líderes de facções
criminosas rivais que disputam o controle do narcotráfico do estado continuam
transmitindo ordens aos seus comandados.
A morte ocorreu horas após as
primeiras lideranças de facções criminosas que disputam o controle do
narcotráfico no Maranhão serem transferidas para presídios federais de
segurança máxima. Por razões de segurança, a Sejap não informou o número, nem o
nome dos presos levados para outros estados.
Ontem (20), o Ministério
Público do Maranhão (MP-MA) denunciou sete acusados de organizar e participar
do ataque a um ônibus no dia 3 de janeiro, em São José de Ribamar, na região
metropolitana de São Luís. Cinco passageiros do ônibus ficaram gravemente
feridos, entre eles a menina Ana Clara Santos Souza, de 6 anos, que teve
queimaduras em 95% do corpo e morreu dois dias depois.
Segundo dado do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), 60 detentos foram mortos em Pedrinhas ao longo de
2012. Além disso, a superlotação das celas e a infraestrutura precária são alvo
das críticas de detentos, parentes dos presos e de organizações de defesa e
promoção dos direitos humanos que apontam o fracasso do estado na meta de
ressocializar os prisioneiros.
Há poucas semanas, as
organizações não governamentais Justiça Global, Conectas e Sociedade Maranhense
de Direitos Humanos pediram ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
que peça a intervenção federal no Complexo Penitenciário de Pedrinhas e a
transferência da investigação das mortes dos presos da Justiça maranhense para
a esfera federal. Para discutir o assunto, Janot se reúne esta manhã, em
Brasília (DF), com representantes das três organizações.
No minuto
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