A partir desta quinta-feira
(2), clientes podem pedir o bloqueio de chamadas telefônicas de financeiras e
bancos oferecendo empréstimo consignado. O bloqueio pode demorar até 30 dias
para começar a valer.
Dona Marlene Cerqueira tem 85
anos e já perdeu as contas de quantas ligações recebeu com ofertas de
consignado - aquele tipo de empréstimo em que a parcela é descontada direto na
folha do trabalhador ou no benefício do aposentado.
“É abusivo. Tem dia que a
gente recebe três telefonemas com o mesmo assunto para dizer o não”, disse.
Idosos, como dona Marlene, são
os que estão mais vulneráveis a esse tipo de oferta por telefone. A ouvidoria
do INSS recebe, em média, 50 mil reclamações por ano relativas a crédito
consignado.
“Muitas vezes as pessoas não
sabem diferenciar realmente se é uma boa opção ou não para o momento que está
passando na vida”, disse Marcia Souza, diretora de Benefícios do INSS.
Em novembro de 2019, 36% dos
consignados foram feitos por aposentados. Trabalhadores com carteira assinada e
servidores públicos também podem fazer esse tipo de empréstimo.
Agora, quem estiver incomodado
com as ofertas vai poder bloquear essas ligações. Basta acessar o site não
meperturbe.com.br. Para se cadastrar é preciso informar nome, CPF e e-mail e
criar uma senha. Em seguida, validar o cadastro no e-mail que será enviado e
acessar o site. Para pedir o bloqueio, coloque o número do telefone fixo ou
celular e marque quais instituições não quer receber ligações de telemarketing.
Depois que cadastrar o
telefone no Não me Perturbe, os bancos e as empresas contratadas têm um mês
para parar de ligar. Mas, atenção: o pedido de bloqueio tem de ser renovado a
cada ano.
A Federação Brasileira dos
Bancos (Febraban) afirma que as instituições que não respeitarem o pedido de
bloqueio serão punidas.
“Advertências, multas elevadas
e até exclusão dos bancos do sistema de autorregulação. Isso pode culminar até
a impossibilidade de oferta do produto. Portanto, são sanções que, realmente,
têm por finalidade coibir práticas abusivas, coibir o assédio comercial”,
explicou Isaac Sidney, vice-presidente Febraban.
G1
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