O Facebook foi processado por
acusações de que intercepta sistematicamente as mensagens privadas de seus
usuários na rede social e lucra com a partilha desses dados com anunciantes e
profissionais de marketing.
Quando os usuários compõem
mensagens que incluem links para um site de terceiros, o Facebook verifica o
conteúdo da mensagem, segue o link e procura por informações para enriquecer o
perfil de atividade web do remetente da mensagem, violando a lei denominada
“Electronic Communications Privacy Act” (Lei de Privacidade das Comunicações
Eletrônicas), além das leis de privacidade e concorrência desleal do estado
americano da Califórnia, segundo o processo judicial.
A prática compromete a
privacidade e descumpre a promessa do Facebook de oferecer segurança “sem
precedentes” para a sua funcionalidade de mensagens, disseram dois usuários do
Facebook na denúncia apresentada no tribunal federal de San Jose, na
Califórnia.
Processos contra empresas de
internet e redes sociais estão se multiplicando na medida em que os usuários se
tornam mais conscientes de quanta informação pessoal estão revelando, muitas
vezes sem o seu conhecimento. O Google, o Yahoo e o LinkedIn também estão
enfrentando acusações de interceptação de comunicações visando ao lucro à custa
de usuários ou não usuários.
Escaneamento invasivo
O escaneamento “é um mecanismo
para o Facebook reunir clandestinamente dados em um esforço para melhorar seus
algoritmos de marketing e aumentar a sua capacidade de lucrar com os dados
sobre os usuários da rede social”, declarou Michael Sobol, advogado dos
queixosos, na queixa protocolada em 30 de dezembro.
Jackie Rooney, porta-voz do
Facebook, disse que a empresa considera as alegações como “sem mérito”.
Os autores estão buscando uma
ordem judicial que ateste o caso como uma ação coletiva, ou uma ação de classe,
fazendo com que o processo corra em nome de todos os usuários do Facebook que
enviaram ou receberam uma mensagem privada nos últimos dois anos, que tenha
incluido um weblink. Eles também estão pedindo para impedir o Facebook de
continuar a interceptar mensagens, buscando até US$ 10 mil em danos para cada
usuário.
O Globo
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